domingo, 11 de janeiro de 2009

Prosseguindo a investigação

Continuando a leitura do blog entitulado "Correspondencia de Lucia Welt e Claudio Bento" publicado pela suposta irmã da Alma (e de "conteúdo adulto") deparei com cartas espantosas que Lucia revela como foi abusada por esse suposto delegado Benotti, que já vinha oprimindo a ela e sua família em incursões intempestivas com seus subordinados lá na estância da família Welt, desde que decidiu investigar a verdadeira causa da morte da Alma. O estupro teria acontecido na própria delegacia da cidade de Rosário do Sul por aquele suposto delegado ( isso é incrível!) Embora descrito de maneira pungente e com detalhes (que atribuo ao talento da narradora), é pouco verossímil. Lucia está a provocar os seus leitores, que, ao que parece, são numerosos. O conteúdo das cartas é tão pungente e constrangedor, que confesso, chega a comover e horrorizar. As mulheres da família Welt, perdão, parecem ser fadadas ao estupro. Ocorreu-me, porém, que a grande escritora, se não estiver revelando com isso um "pathos" de natureza sado-masoquista, estaria sugerindo simbolicamente a condição de vítima da mulher na nossa sociedade, já que ainda é vista como objeto sexual, de desejo, e mercadoria de especulação e cobiça. É bem possivel, já que essa escritora, genial, reconheço, tem uma profundidade de visão que nos autoriza a assim especular.
Entretanto, comparando as descrições de estupro, esparsas na obra assinada por Alma Welt, e a da correspondência da Lucia, detectei a mesma volúpia, indisfarçavel, patente na minuciosidade dos detalhes escabrosos do ato carnal violento. Dir-se-ia que as duas "entidades" encontram um "certo" e mesmo prazer nessas descrições.
Entrementes, devo dizer que, ao identificar, nítido, esse tom, encorajei-me a prosseguir nas minhas investigações.

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