sexta-feira, 27 de março de 2009

Ah! Uma prova!

Creio ter descoberto mais do que uma evidência, mas uma prova mesma de que Alma Welt, isto é, a pessoa que escreve sob esse pseudônimo está viva e escrevendo e portanto não suicidou-se ou foi morta, como anunciado, em 20/01-2007, pois este texto que já atingiu mais de mil leituras no Texto Livre foi publicado este ano e se a Alma morreu em 2007, portanto há dois anos, não poderia saber do episódio citado no texto e que se passou há um ano, no dia 14 de março de 2008 (inclusive há um erro na afirmação de que foi a polícia militar que cometeu tal barbaridade, pois foram militares mesmo, um tenente e soldados. De qualquer forma, a pessoa, possivelmente a que se assina Lucia Welt, e que posta os textos da Alma naquele Portal, fugindo aos gêneros onde a "Alma" é mais forte, foi quem cometeu esses erros e traiu-se. Vejam o texto que descobri lá no Texto Livre sob o título de:

Ter, 17 de Fevereiro de 2009 14:12
Considerações realistas, conquanto “politicamente incorretas” ( de Alma Welt)

Sobre a Polícia
"As pessoas comuns ingenuamente cobram da polícia proteção e até mesmo uma espécie de justiça preliminar. Entretanto isso é um equívoco, pois a raíz histórica da criação dessa instituição está na Guarda Pessoal dos reis, desde a antiguidade. No Império Romano, estava na Guarda Pretoriana dos Césares. A polícia portanto foi criada com a finalidade de reprimir e controlar o povo em proveito dos nobres (ou das elites). Isto ficou no "inconsciente coletivo" de qualquer policial individualmente, que no momento da escolha protegerá sempre o mais forte (vejam o caso da polícia militar que entregou três rapazes da favela na mão dos traficantes para serem torturados e mortos)"

(Alma Welt)

Trata-se de provar agora de que Lucia Welt e Alma Welt são a mesma pessoa, que está viva. Naturalmente continuo a render minha homenagens a este escritor(a) de grande talento, de gênio mesmo.

terça-feira, 10 de março de 2009

Mais um indício (ou impropriedade)


Moira (ou A Morte)- desenho do mestre Guilherme de Faria (um dos possíveis criadores da genial Alma Welt)


Lucia Welt(?) publicou durante o Carnaval este belíssimo soneto da Alma, em que, entretanto, julgo enxergar algumas impropriedades.

AS MINHAS RESTRIÇÕES SÃO AS SEGUINTES: NÃO ENCONTREI EM NENHUM LUGAR NA INTERNET NENHUMA OUTRA REFERÊNCIA A ESTE "TRADICIONAL PÔQUER DE MÁSCARAS DE VENEZA". PARECE-ME SER UMA INVENÇÃO, ENGENHOSA, RECONHEÇO, DA PRÓPRIA PESSOA QUE ESCREVE ESSES GENIAIS "SONETOS DA ALMA". O GRANDE JORGE LUIS BORGES JÁ FAZIA ISSO, DE SE REFERIR A FATOS E AUTORES IMAGINÁRIOS, COMO SE FOSSEM VERDADEIROS, COM GRANDE VEROSSIMILHANÇA.

MAS NÃO ME PARECE VEROSSÍMIL QUE HAJA MEMBROS DA MÁFIA, COMO LÚCIA SE REFERIU EM SUA NOTA, JOGANDO ESSE PÔQUER MASCARADO NUM PALÁCIO VENEZIANO DURANTE O CARNAVAL. LEMBREMOS QUE VENEZA É BEM AO NORTE DA ITÁLIA, REGIÃO MUITO DISTANTE DA ATUAÇÃO DA MÁFIA SICILIANA, QUE PODE AGIR MAIS PROVAVELMENTE NO SUL DA PENÍNSULA, EMBORA TENHAM SE INFILTRADO NO ESTADOS UNIDOS A PARTIR DO COMEÇO DO SÉCULO XX.


Pôquer de máscaras (de Alma Welt)

Em torno da mesa, mascarados
Camuflam os olhares e a esperteza,
Os meneios sutis, inusitados
Deste antigo pôquer de Veneza.

É pleno Carnaval, e os jogadores
Reunidos num salão abobadado,
Palácio de outra era, de outras dores,
Num tempo que parece retornado

Desdêmona passou de tranças feitas,
Feliz, antes da Noite das suspeitas,
E Giacomo, depois, como aprendiz

De aventureiro e sedutor empedernido
Sob a máscara de fálico nariz
Que tanto coração deixou perdido.

25/02/2005

Nota
Alma assistiu uma vez, em Veneza, em pleno Carnaval, num palácio sobre o Grande Canal, um tradicional jogo de pôquer mascarado, de que Rodo participou. Alma em longo vestido de época, armado, com magnífica máscara branca e um grande leque de plumas, deslisava por ali, à volta da mesa (diga-se de passagem: auxiliando nosso irmão no blefe). Ela jamais se esqueceria dessa experiência que fez seu espírito vagar por outras eras, naquela misteriosa e romântica cidade. Pouco depois, retornada ao Brasil ela me declamou esse soneto. Agora, como estamos no Carnaval me lembrei dele e fui procurá-lo na montanha de papéis de sua arca. Encontrei-o afinal, oportuno, pois Rodo se encontra em Veneza e me enviou um postal dizendo que está participando novamente desse tradicional e exclusivo pôquer de máscaras, em que se senta ao lado de banqueiros, magnatas, e eventualmente, até... chefões da Máfia (não posso deixar que a preocupação me tome...)

*Desdêmona passou de tranças feitas- Alma sugere com este verso que a mulher de Otelo, vagou por esse salão quando donzela, solteira (de tranças) feliz , antes de começar o tempo das terríveis suspeitas, dos cíúmes, de seu futuro marido, o Mouro de Veneza.


Alma-Desdêmona (desenho de Guilherme de Faria)


*Giacomo, depois, como aprendiz- Alma se refere ao famoso sedutor veneziano, Giacomo Casanova, do século XVIII, de época bem posterior à de Desdêmona (século XV), e que começou sua carreira de aventureiro ainda jovem na sua Veneza natal, nas mesas de pôquer, onde conseguia se aproximar dos nobres e da "elite" financeira, que logo o encarcerou, pois ele roubava no jogo com a ajuda das mulheres desses nobres, as quais ele seduzia. Casanova foi condenado à morte, mas conseguiu fugir da prisão sobre o canal (vide a "Ponte dos Suspiros") e ficou exilado de Veneza para o resto da vida, vagando pelo salões da Europa.


NOTA DESTE BLOGUEIRO:
LUCIA ERROU AO SE REFERIR À CONDENAÇÂO À MORTE DO AVENTUREIRO VENEZIANO. CASANOVA NÃO FOI CONDENADO À MORTE, MAS SIM A CINCO ANOS DE PRISÃO. REALMENTE ELE FUGIU DE MANEIRA MIRABOLANTE DA PRISÃO, MAS NÃO PERMANECEU EXILADO PARA O RESTO DE SUA VIDA. ELE RETORNOU A VENEZA DEPOIS DE MUITOS ANOS, MAS POR NOVAS FALCATRUAS TEVE QUE NOVAMENTE FUGIR, E AÍ, SIM, NUNCA MAIS RETORNOU.
TAMBÉM É POUCO PROVÁVEL QUE ALMA WELT (SE ELA EXISTIU)AJUDASSE SEU IRMÃO RODO A ROUBAR, VAGANDO PELA SALA EM TORNO DA MESA DE JOGO, COMO A LUCIA REFERIU. VERDADEIROS JOGADORES DE PÔQUER PERCEBERIAM E NÃO TOLERARIAM ISSO. ALMA E SEU IRMÃO SERIAM ATIRADOS NA RUA, SE NÃO LEVASSEM UMA SURRA, MESMO NÃO HAVENDO "MAFIOSOS" NO JOGO.
MAS RECONHEÇO NOVAMENTE QUE MINHAS SUSPEITAS CONTINUAM INCONCLUSIVAS, POIS SE PODERIA SEMPRE ARGUMENTAR QUE TUDO ISSO SÃO LICENÇAS POÉTICAS, OU DETALHES FICCIONAIS, IMAGINATIVOS, PORTANTO VÁLIDOS, EMBORA IMPROVÁVEIS.
CONTINUAREI VIGIANDO E INVESTIGANDO.

Novos Indícios


Foto da suposta "Arca da Alma"

Lucia Welt (?), a irmã da poetisa Alma Welt, publicou há uma semana quatro fotos dessa suposta "arca da Alma", que teria sido descoberta "num dos sotãos" do casarão da estância da familia Welt, lá na Pampa gaúcha. Entretanto, julgo suspeitos os seguintes detalhes, que não escaparam à minha observação minuciosa: O laço de couro cru trançado, é pelas suas dimensões e grossura (pelo menos a olho nu) um laço de criança, isto é, daqueles que se vendem para turistas. Também a cuia de chimarrão, que não tem igualmente porquê estar ali, na foto, sobre a arca, é um exemplar de ornamento, não dos que se usam no dia a dia, e sim uma típica cuia de borda de prata, para venda a turistas, para se colocar como ornamento, nunca aquelas mais simples usadas pelos gaúchos autênticos.
Reconheço, entretanto que estas pistas são também inconclusivas, pois poder-se-ia argumentar que justamente estariam na arca por essa razão, desde o tempo do velho Joachim Welt, o suposto avô da Alma, que não era um gaúcho, mas sim um "boche arrivista" como a própria Alma se referia aludindo à expressão como era designado esse alemão imigrado, que chegara ali via longo estágio, de décadas, em colônias agrícolas do Vale do Itajaí, em Santa Catarina.
O laço de criança seria algum em que a Alma aprendeu a laçar em criança? Ou melhor, o que o Rodo usou para laçar a sua irmãzinha neste belo (e erótico) soneto?:

A vitela (de Alma Welt)
(119)

Entre minhas lembranças da infância
Está aquele dia inusitado
Em que no prado e à distância,
Fui laçada e derrubada feito gado

Pelo meu irmão que quis mostrar
Que havia aprendido a laçar:
Enroscada pelos pés me vi caída,
Nem assim querendo dar-me por vencida.

Mas com o laço amarrou-me bem veloz
As mãos como se fora uma vitela,
Levantando meu vestido até a costela,

E estando eu de quatro como rês
Rasgou-me a calcinha pelo cós...
Haja soneto pra contar o que ele fez!

03/09/2006


Sim, poderia ser este o laço fotografado sobre a Arca, pois Alma poderia guardá-lo como uma lembrança desse episódio na arca de seus originais manuscritos. Reconheço, pois, que meus "indícios" são vagos e inconclusivos e ainda não encontrei verdadeiras provas para minha tese. Mas justamente por essas dificuldades é que o caso se configura misterioso. O "mistério Alma Welt", que hei de desvendar.

Ah! Notei também que a foto é nitidamente editada, pelo menos cortada, não está em suas proporções originais. Por quê? Também me parece suspeita a maneira com que os cadernos estão dispostos, cobrindo cuidadosamente todo o assoalho. Suponho que o assoalho de um sótão de casarão pampiano antigo deva ser de tábuas grossas e corridas. Aqui parece a tentativa de disfarçar, de não apresentar o assoalho em nenhuma das quatro fotos. Seria, na verdade, um assoalho de tacos, de apartamento urbano?